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Uma garotinha chamada Rose estava em seu primeiro dia num internato que até o último semestre, havia aceito apenas meninos.
Ela e outros alunos do primeiro ano foram conduzidos até uma sala onde esperariam por um professora ou o diretor, que os apresentaria a escola.
Empolgada, ela começou a falar com seus novos colegas, que estavam conversando sobre o quão maravilhoso era estar ali e se perguntou o que poderia alcançar caso se destacasse neste ambiente. A sala tinha paredes de madeira trabalhada com belos adornos, e bancos também de madeira em todo o redor. Mas a primeira coisa que chamou sua atenção foi uma parede distinta, cheia de placas onde estavam gravados nomes de supostos ex-alunos. Em meio ao alvoroço, ela rapidamente apontou para a parede e exclamou: “Um dia terei meu nome aqui!”
“Espero que não.”, retrucou sobriamente uma voz masculina vinda de trás dela e dos demais alunos.
Ao se virarem, eles viram um homem alto de meia idade, bem tranqüilo e parado no meio da sala com suas mãos nas costas. Ele olhou suavemente em direção a Rose, que estava congelada de vergonha ou medo pelas possíveis conseqüências de uma primeira impressão como aquela, enquanto as outras crianças tentam evitar chamar a atenção na multidão, antecipando uma reação desagradável vinda daquele homem.
Mas, ao invés de gritar por ordem ou repreendê-los, o homem continuou a falar: “Se seu nome chegar a estar entre esses, é porque você terá sido morta em combate. o que, acredito, é uma maneira muito desgradável de deixar esse mundo.
Eu prefiro pensar que nesta instituição nós ensinamos maneiras melhores de se lidar com discordâncias do que apenas lutar.
Você deveria desejar ver seu nome e o de seus colegas em muitas das outras paredes e locais de honrarias que essa escola mantém para lembrar aqueles ex-alunos que lograram conquistar mais em suas vidas, em benefício não apenas desta instituição, mas da sociedade em geral.
Esse lugar tem a tradição de educar grandes mentes. Se é uma guerreira que você quer se tornar, existem lugares bem melhores para onde ir, do que aqui.
Não discordo que uma grande mente é uma grande arma. Mas são muito valiosas para se perderem na guerra.
Uma mente bem instruida, deve estar atenta a nunca se colocar numa situação onde não existe saída que não lutar. Até porque ela é mais eficiente e forte numa situação onde seja possível o debate e a argumentação.
A guerra, por outro lado, é o resultado de uma situação onde não é mais possível argumentar, quando um ou ambos os lados de uma discussão ficam sem idéias ou soluções para um problema a não ser submeter o outro à sua vontade.
Nossa mera existência, hoje, aqui, é a prova de que essa não é a maneira que as disputas devem ser resolvidas. Se nossos ansestrais não soubessem disso, não estaríamos aqui.
Toda nossa sociedade é construída sobre o senso comum que todos nós, fortes, fracos, inteligentes ou burros, partilhamos. O senso de que deve haver uma solução pacífica para todo o problema.
Além de ser mais saudável, é o melhor caminho para a evolução. Quando os dois lados de uma discussão começam a dialogar ambos têm a oportunidade de aprender através da troca de idéias, se tornando mais eficientes em evitar futuros conflitos e também em solucionar o inevitável.”
Ele relaxou os ombros e olhou alegremente para os jovens alunos, que nesse momento estavam todos congelados escutando.
“Agora que tenho a atenção de vocês, por favor sentem-se, para que eu possa apresentar-lhes outros aspectos de nossa escola de forma mais apropriada.”
Então, todos se sentaram nos polidos bancos de madeira encostados nas paredes em torno da sala.