Hoje em dia vemos muitas tirinhas, e quadrinhos em geral, espalhados pela internet.
Como em outras áreas, a internet possibilitou o surgimento de muitos artistas que talvez sequer fossem publicados se não fosse a possibilidade de expor, quase que de graça, seus trabalhos.
Existem milhares de exemplos ao redor do mundo, de excelentes HQs online. Se quiserem saber as que eu leio e indico catem nos meus links.
Poderão verificar que o formato de tirinhas é o mais popular. Por vários fatores dos quais enumero dois com facilidade:
– Rápido de fazer. Na internet, se você quer ser lido, um dos fatores principais é constância de atualização. Fique muito tempo sem atualizar seu site, e as pessoas esquecem daquilo, e só retornam se forem muito amigas e/ou tiverem gostado muito do que viram.
– Cabem numa tela sem necessidade de rolagem. Logo, rápidas de se ler e adequadas à preguiça geral de todo o navegante.
Ainda existem as HQs que nada mais são que imagens das páginas de uma HQ tradicional expostas na tela.
Mas a HQ online por excelência, é aquela que foi concebida para ser veiculada no meio digital e preferencialmente num navegador. Quando se concebe algo assim, vemos que as possibilidades são imensas, limitadas hoje apenas pela capacidade de transferência de dados da rede. Mas ainda existem outras fronteiras que pautam a criação de uma HQ online. A principal está bem diante de você. O monitor.
Vai demorar um pouco para que nos livremos deles.
Enquanto isso, qualquer coisa na rede terá de considerar as dimensões médias de um monitor.
Outra fronteira é a da usabilidade, mais relacionada aos hábitos de navegação das pessoas. E quando se começa a falar nisso entramos num vórtex sem fim.
Acabei de editar dois parágrafos da postagem, onde notei que me desviava do tema.
Enfim, o que quero dizer é que existem limitações para a criação, mesmo num ambiente virtual. Qualquer dia arranjo tempo para me estender mais sobre o assunto e seus pormenores, mais práticos que teóricos.
O que me levou a escrever este post hoje, foi este link que acessei no twitter. Uma historinha boba, mas cuja narrativa está perfeitamente adaptada ao formato online, sem inventar nada demais. A parte mais divertida é acompanhar a queda do amigo da vizinhança num efeito de animação perfeito e impossível de ser mimetizado em outro formato.
Algo que orgulharia, ou orgulha o Scott McCloud o maior incentivador da narrativa propriamente online.
Outro bom exemplo de HQs online é o Demian5.
Cito ainda a nova febre dos fãs de HQ na internet tupinica, que é a dupla de maestros. É tirinha, mas vertical e minimamente adaptada à mídia digital. Não li uma versão impressa ainda, mas poderia ser vertical, ou os quadros podem ser rearranjados para ficarem lado a lado sem problemas, mas serve como exemplo de um híbrido.
Não estou aqui apregoando que quem faz quadrinho na internet deve seguir estes modelos, mas seria bom que fossem experimentados. E como podem ver pelos links que possuo, muitos dos quadrinhos que leio não ousam em sua forma, mas já cativam pelo seu conteúdo, além do que, parte de seu charme está no formato.
Se o link da múmia estivesse ok eu ilustraria também com esta HQ de que fui co-autor, mas grandes são os mistérios da internet.
Curtam isso tudo antes que o apocalipse nos alcance. Não sei se duraremos até 2012. Os mexicanos são os primeiros da fila. Gripe suína e terremoto. Tudo junto pra não ter Chapolin que dê conta.