Se em 1990 você tinha de 11 a 13 anos e lia avidamente a revista Mad descobrindo aquele humor ácido, idiota e que muitas vezes se perdia na tradução, você deve se lembrar do Welberson.
Outro dia, conversando com o Lucas da Ultimato do Bacon, ele comentou de um leitor inconveniente que vinha enchendo o saco dele com cobranças e comentários descabidos e não solicitados.
E isso imediatamente me remeteu ao fenômeno Welberson há muito esquecido.
Ok, fenômeno é exagero, mas foi uma piada que rendeu muito conteúdo em ao menos 3 edições da Mad naquele ano. E nunca mais ouvi falar.
Pesquisei minha coleção de Mads para me certificar de que não era alucinação minha, mas lá estavam as revistas.
Encontrei também um artigo no Desciclopedia sobre a figura.
Nenhuma novidade ali.
Relendo as revistas e o artigo as únicas coisas que sabemos é que Welberson era um chato que morava em Nova Iguaçu e tinha um nome feio. Numa época em que eram menos comuns esses nomes feios que os pais davam aos filhos apenas para vê-los serem zoados na escola e verem as outras pessoas escrevendo e pronunciando o nome errado o resto da vida.
Mas o Welberson não era um chato comum, ele decidiu encher o saco da redação da revista mais sacana do pais naquela época (exceto talvez pela Casseta Popular ou o Planeta Diário). Mas o fato é que a Mad se dispôs a fazer algo que essas outras publicações talvez não fizessem, e colocaram o Welberson na berlinda publicando várias zoações com a figura do rapaz, chegando até a publicar um “pôster” com o rosto dele para usar de tiro ao alvo.
Para ser sincero, não sei até hoje se o Welberson existiu de fato ou foi um personagem inventado para encher linguiça naquele ano que tinha “pouco” pra se falar, mesmo com um presidente novo, a guerra do Golfo rolando e vários outros acontecimentos.
Uma piada meio non-sense que pelo visto tava rolando nas revistas era a piada de que um chinês, o Sai Shi Shi, havia assumido a redação da revista e escrevia trocando R por L ou em ideogramas.
Até onde isso refletia a realidade da redação? Vai saber.
Mas fica a lembrança e retrato de uma época em que uma figura mala e inconveniente, mesmo sendo (a princípio) anônima, seria zoada em uma publicação nacional sem que outros malas problematizassem a questão, e os leitores só dessem risada.
Ah, e se alguém aí conhece o Welberson, não me apresentem.
Prefiro seguir sem saber se ele existe mesmo a ser pentelhado por ele.
Se bem que ele pode ser um cara bacana que foi apenas trollado, e neste caso, fica a minha solidariedade e me pergunto como não rolou processo.
Será?
Pessoas que trabalharam com o Ota dizem que não, que isso tudo aconteceu de verdade, talvez com menos exageros, mas que o Welberson até virou editor da MAD depois de um tempo. Acabou fazendo amizade com o Ota.
Nunca existiu, óbvio. Isso foi criação do incrível Ota, o editor da Mad.