The Mindscape of Alan Moore é um documentário/entrevista, feito com Alan Moore, onde ele fala sobre sua percepção de magia e misticismo, além de sua visão do mundo, em meio à narrativa de sua biografia.
O filme é a primeira parte de uma série “Shamanautical / 5 Elements series“.
A idéia neste documentário, foi mostrar o artista, principalmente o que lida com a palavra, como uma espécie de shaman moderno, que pode alterar a percepção da realidade manipulando a informação e desta forma vir a manipular a realidade em si. Partindo do princípio que a realidade nada mais é do que aquilo que as pessoas percebem.
Uma crença que imagino seja de fato partilhada pelo Moore.
Eu havia acabado de ler Promethea, uma série em quadrinhos dele, que lida muito com tudo o que é dito no documentário, mais do que outros trabalhos dele, pois tem a cabala e a percepção da realidade como tema fundamental da trama. Inclusive o documentário foi filmado enquanto a HQ ainda estava sendo escrita e publicada.
Em certo ponto do documentário, é possível perceber que tem muito a ver entre o que Moore fala, e a psicohistória de Isaac Asimov.
Por acaso, hoje me deparei com esta palestra do TED:
Nela, o publicitário Rory Sutherland fala de maneira bem humorada sobre como a publicidade, ou melhor, a alteração da percepção, pode ser utilizada de maneira positiva, com técnicas nada mágicas, mas que podem ser soluções infinitamente mais viáveis financeiramente do que as abordagens tradicionais, que a princípio imaginamos para contornar problemas e dificuldades da população.
Alan Moore deixa clara a força da palavra em nossa cultura, seja verbal ou escrita. Basta uma palavra ser bem colocada, na hora e no local corretos, para erguermos ou arrasarmos o que bem desejarmos.
Se formos observar, não é a toa que atualmente e cada vez mais, quem tem poder exerce alguma forma de controle sobre a mídia.
Allan Moore é gênio.
A expressão “palavras mágicas” é redundante.