Six Feet Under – A Sete Palmos

Alguns amigos já sabem que eu e minha esposa adoramos essa série e é talvez a série ou filme que a gente mais instiga as pessoas a assistirem.
E eis por que eu considero esta a melhor série que já assisti, sem entrar em spoilers.

A série durou de 2001 a 2005 e teve cinco temporadas com uns 12 episódios cada. Foi uma das primeiras séries dramáticas produzidas pela HBO, na sequência de OZ (1997) e Sopranos (1999).

Eu me lembro da época em que a série ainda estava indo ao ar aqui no Brasil e dos outdoors nas ruas, mas não era muito chegado em dramas e a imagem do título da série como um caixão sob a terra não atiçou minha curiosidade.
Acabei assistindo apenas quando a série já tinha terminado de ser exibida, por sugestão da Rosele, minha esposa, e fomos logo fisgados pela trama da família Fisher que gerencia uma casa funerária.

Alan Ball criou a série e tem no currículo o Oscar pelo roteiro de Beleza Americana.
Então podem esperar algo do mesmo nível de sensibilidade.
O elenco é excelente de onde destaco o ator Michel C. Hall, que viveria depois o psicopata Dexter, em seu primeiro papel de maior destaque como um dos três filhos.
A trama básica é a relação interpessoal de uma família com vários problemas quem vêm à tona após a morte do pai. O principal problema é o do filho mais velho que se vê obrigado a voltar para casa e ajudar na funerária, algo que ele nunca quis.
E assim como em Sopranos temos o drama familiar inserido no mundo da máfia, em Six Feet Under o diferencial é que todos os episódios têm início com a morte de uma pessoa cujo funeral será conduzido pela funerária dos Fisher. E não raramente o falecido, seja pela forma como viveu ou morreu, vai colocar em perspectiva o dilema dos Fisher naquele episódio.
E claro que nossas picuinhas e rusgas cotidianas sempre se apequenam diante da morte.
Os quatro personagens principais são muito bem trabalhados, assim como os coadjuvantes que rondam a família na forma de namorados, amigos e funcionários da funerária.
Eu posso contar nos dedos os filmes que me fizeram embargar ou mesmo verter lágrimas, e Six Feet Under está entre os que conseguiram esta proeza. Então pros chorões, aconselho terem lenços ao alcance, principalmente depois de alguns episódios quando ficarem mais íntimos dos Fisher.
Apesar da trama da série não ser datada, acho que para quem tem mais ou menos a minha idade alguns dilemas específicos dos três filhos: Nate, David e Claire vão gerar mais identificação, mas em geral os três buscam entender seu papel naquela família que vive um eterno luto. Nate um cara meio desajustado, David o filho do meio que busca ser o mais certinho possível e Claire a temporã que luta para ser levada a sério pelos demais.
E em meio a isso, Ruth a mãe agora viúva, tentando ser firme.


Poucas séries conseguem manter o mesmo nível de qualidade do início ao fim. Menos ainda conseguem evoluir ao longo das temporadas e até hoje só Six Feet Under conseguiu criar comigo um vínculo afetivo real. É por isso que eu considero esta a melhor série que já assisti.

PS: Sopranos também é muito boa, mas o final não passa nem perto do climax que é o final de Six Feet Under e ainda que os personagens sejam bem carismáticos, é difícil simpatizar ou se identificar de todo com mafiosos.
Os Fisher são gente como a gente, pessoas comuns com problemas bem parecidos ou idênticos aos que já tivemos ou ainda teremos. Esse é o diferencial.

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