Spore

Conquistar o restante da galáxia, só requer tempo e paciência. Porque o jogo em si não oferece desafios além de exaustiva repetição de tarefas.

A única inovação é a possibilidade de modelar tudo que sua raça cria, contudo, é uma modelagem estética e não faz diferença alguma se você fizer uma arma bonitinha e super arrojada, ou um trambolho horrível que contenha as mesmas peças que a anterior, mas sem modelagem alguma.

Dá no mesmo.
Dá no mesmo.

O mesmo vale para a modelagem da espécie ao longo do processo evolutivo. Eu por exemplo coloquei quatro olhos no bicho, dois na frente e dois atrás, crente que isto daria uma vantagem de percepção à espécie, mas logo percebi que o que importava era a quantidade e não o posicionamento dos elementos, ou seja, se eu colocasse os quatro olhos enfileirados e apontados pro mesmo lado, eu teria o mesmo resultado. No fim é com eu disse, a aparência de sua espécie acaba sendo muito mais estética e menos associada a funções e vantagens evolutivas. Me fez perder o total interesse em testar combinações distintas de características físicas, pois no fim, o jogo tende a ver a forma humanóide como a melhor e mais adaptável a todos os aspectos necessários para se obter uma espécie soberana.

Agora que o “muito barulho por nada” que a Maxis gerou em torno do jogo antes do lançamento silenciou, com a retumbante decepção da maioria dos jogadores, eles estão buscando formas de aproveitar este sistema deles para outros tipos de jogos.

O Galatic Adventures é uma idéia interessante, pois usa a ferramenta de moldar coisas, que é o diferencial do jogo, para que os jogadores criem seus jogos e histórias. Talvez mais interessante que o original, mas com uma grande falha, que foi na minha opinião a derrocada do antecessor. A maioria dos jogadores é preguiçosa e joga por lazer, não para trabalhar. Ter de montar todo um cenário e adversários é trabalhoso, mesmo com a ferramenta do jogo, e cansa mais do que relaxa.

Contudo, vejo mais mercado aí do que no original. É possível que agrade a um nicho específico de pessoas que curtem modelagem e/ou criação de jogos. Se for possível gravar as aventuras criadas para que outros as joguem, pode ser bem interessante e gerar uma comunidade em torno deste jogo, de pessoas que trocam aventuras entre si.

Diria até que seria algo mais próximo de RPG do que os muitos jogos que vemos por aí. Pois teremos a figura do “mestre” criando todo o cenário e personagens e os jgadores que deverão interagir ali. Mas ainda teria a falha crucial, que é a improvisação que só um verdadeiro jogo de RPG permite, quando um jogador pensa além e força o mestre a improvisar um caminho alternativo que ele não havia cogitado anteriormente. Isto não é possível num jogo eletrônico, ao menos, ainda não.

Então retiro o que disse. O RPG permanece único.

2 thoughts on “Spore”

  1. Um excelente exemplo. 🙂
    Mas este foi inteiramente voluntário por parte do mestre. Não precisou de pressão alguma dos jogadores e aposto que ele delirou com a idéia quando bolou a aventura.

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